O texto pretende demonstrar, a partir da implementação das Usinas Hidrelétricas Santo Antônio e Jirau no rio Madeira (Rondônia, Brasil), os caminhos institucionais e discursivos específicos adotados na expansão dessa fronteira, que precificam e nivelam por baixo padrões de proteção ambiental e de direitos sociais e culturais vigentes no país. Procuramos verificar como se enredaram esses processos em pesquisa e diálogo com os moradores da comunidade Maravilha. Nesse contato percebemos que apesar das sucessivas desterritorializações impostas à comunidade, prossegue a trama pela sua sobrevivência econômica, social e cultural. Nosso objetivo foi definir os marcos dessa trama, contribuindo para a reflexão, valorização e proteção de âmbitos culturais realçados no envolvimento efetivo dos moradores na construção de suas narrativas e na singularização de seus lugares e patrimônios.