Partindo das reflexões de Giorgio Agamben (2007), este artigo discute a configuração do medo e da violência como formas de manifestação de um sistema social suspenso e debilitado, por meio da análise dos poemas “Sítio” e “Em Sarajevo”, publicados em Margem de manobra (2005), de Cláudia Roquette-Pinto. Articulam-se também reflexões sobre o regime estético das artes, segundo o proposto por Jaques Rancière (2005), como dispositivo para visibilizar o medo e a violência como singularidade estética em um sistema de evidências sensíveis. A análise revela um discurso poético indeterminado, lacunar e dissoluto sobre a violência que, no entanto, configura o grotesco no imaginário subjetivo de uma forma mais potente.